Deputado é advertido após publicar foto de criança com arma e diz: 'Me prende, feminazi'
O deputado estadual Capitão Assumção (PSL-ES) envolveu-se em nova polêmica nas redes sociais. Ele publicou uma foto de sua filha de 10 anos segurando uma arma em um estande de tiro, para ilustrar, segundo ele, "o verdadeiro empoderamento". Ao ser advertido por uma internauta de que o ato infringe o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e que estaria, portanto, cometendo um crime, o deputado provocou: "me prende, feminazi". Na noite desta sexta-feira, por volta das 20h, ele apagou o post.
"Ensinando às nossas filhas o verdadeiro empoderamento! NUNCA SERÁ FEMINAZI! #bolsonaro #brasil #direita #bolsonaropresidente #jairbolsonaro #sergiomoro #psl #politica #bolsomito #mulalivre #jairmessiasbolsonaro #direitaconservadora #globolixo #conservadorismo #PMES #elesim #moro #forapt #conservador #ptnuncamais #eduardobolsonaro #lavajato #mito #melhorjairseacostumando #carlosbolsonaro #brasilacimadetudo #flaviobolsonaro #lulanacadeia #capitaoassumcao", escreveu na legenda.
A internauta comentou: "crime!". Primeiramente, ele respondeu: "está escrito aonde (sic)?". A mulher, então, reproduziu o artigo 242 da lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990, que estebeleceu o ECA. De acordo com a lei, "vender, fornecer ainda que gratuitamente ou entregar, de qualquer forma, a criança ou adolescente arma, munição ou explosivo" prevê a pena de três a seis anos de reclusão.
Foi aí que Assumção retrucou: "me prende". Em seguida, chamou a internauta de "feminazi", palavra pejorativa utilizada para ofender feministas. A mulher, então, limitou-se a responder: "apenas sei ler".
Em seu perfil nas redes sociais, Assumção se define como "deputado estadual, conservador, bolsonarista, capitalista, heterossexual, casado, pró-vida, anti-drogas, anti-comunista, legítima defesa e Maranata". No mês passado, em discurso na Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales), ele ofereceu R$ 10 mil a quem matasse um suspeito de feminicídio. Após a repercussão, ele disse que só se arrependia de não ter mais dinheiro a oferecer.
O Sindicato dos Advogados do Espírito Santo emitiu uma nota de repúdio à publicação do deputado. O órgão solicitou que o Ministério Público e as autoridades de proteção e defesa da criança e do adolescente "tomem as medidas necessárias".
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