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Revista Época e o seu jornalismo sujo Lamento somente por uma coisa: por cada leitor que assina esta revista


Em todas as profissões se é possível encontrar um código de ética. Você nunca pode fazer tudo o que deseja fazer. E isto é bom, porque previne o todo da sociedade de ter de lidar com uma conduta imoral ou mesmo perversa por parte de um profissional.
E quando falamos do trabalho jornalístico, é muito importante verificarmos o que é uma reportagem honesta e que aborda um tema de interesse público e o que é uma reportagem abjeta, que tão somente visa expor de forma hostil e baixa a personagem que é mencionada no conteúdo da matéria.
E o último tipo de reportagem se encaixa perfeitamente na reportagem da Revista Época sobre o trabalho de coaching on-line de Heloísa Bolsonaro, a esposa do deputado Federal Eduardo Bolsonaro.
A matéria não trata de um assunto de interesse público, não visa informar nada de relevante e ainda expõe opiniões pessoais de Heloísa, as quais de forma alguma impactam no andamento das coisas em lugar algum, a não ser na redação desocupada da revista, que gastou tempo e dinheiro para se prestar a este papel ridículo.
De acordo com a versão do Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros que consta no site da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), o funcionário da revista não agiu de acordo com a “responsabilidade profissional do jornalista”.
O inciso III do artigo 11 deste código diz que o jornalista não pode divulgar informações “obtidas de maneira inadequada, por exemplo, com o uso de identidades falsas, câmeras escondidas ou microfones ocultos, salvo em casos de incontestável interesse público e quando esgotadas todas as outras possibilidades de apuração”.
Definitivamente não foi o caso.
A redação da revista ainda teve o acinte de afirmar que “a reportagem em questão não recorreu a subterfúgios ou mentiras”. Então significa que o repórter João Paulo Saconi pagou do próprio bolso um curso e somente “teve o insight” de aproveitar as conversas pessoais que teve com Heloísa Bolsonaro para escrever uma reportagem? Seria uma nova modalidade de jornalismo investigativo?
Sinceramente, eu lamento somente por uma coisa: por cada leitor que assina esta revista. Sabemos que todo site ou revista ou jornal que aborda a política não é ideologicamente neutro, mas nada pode justificar posturas canalhas como esta.
Você e eu temos o direito de consumir o produto jornalístico que quisermos; porém, há contextos em que a nossa simples escolha nos configura, de forma automática e orgânica, em uma coisa dentre duas: ou cúmplices de uma baixaria ou identificados ao mau caratismo que se esconde na liberdade de imprensa e de expressão para atuar de forma beligerante, vil e indigna da própria profissão.

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